Portadores de doenças graves podem ter direito à isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) sobre rendimentos relacionados à aposentadoria, pensão ou reserva/reforma de militares, incluindo o 13º salário. Essa isenção é um direito garantido por lei e pode representar um alívio significativo para aqueles que enfrentam condições de saúde delicadas.
Quem tem direito à isenção?
De acordo com a legislação, os rendimentos isentos incluem:
- Aposentadoria, pensão ou reforma (inclusive complementação por previdência complementar, PGBL ou Fapi).
 - Valores recebidos em cumprimento de decisão judicial, acordo ou escritura pública, como pensão alimentícia.
 - Proventos de aposentadoria por acidente em serviço ou doenças profissionais.
 
No entanto, é importante ressaltar que rendimentos de atividade empregatícia, autônoma, aluguel ou outras fontes continuam sujeitos à tributação. Assim, apenas os rendimentos oriundos de aposentadoria ou pensão relacionados à doença grave são isentos.
Quais doenças dão direito à isenção?
As doenças que garantem a isenção estão previstas na Lei nº 7.713/88. Entre elas:
- AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida)
 - Alienação Mental
 - Cardiopatia Grave
 - Cegueira (inclusive monocular)
 - Contaminação por Radiação
 - Doença de Parkinson
 - Esclerose Múltipla
 - Fibrose Cística
 - Neoplasia Maligna (câncer)
 - Tuberculose Ativa
 - Hanseníase
 - Hepatopatia Grave
 - Nefropatia Grave
 - E outras listadas na legislação.
 
Como obter a isenção?
- Laudo médico oficial: O primeiro passo é obter um laudo médico emitido por um serviço oficial de saúde (União, Estado, Distrito Federal ou Município) que ateste a doença. Esse documento deve indicar a data de início da moléstia.
 - Apresentação à fonte pagadora: Se possível, entregue o laudo diretamente à sua fonte pagadora, como o INSS. Assim, a isenção já será aplicada na fonte e o imposto deixará de ser retido.
 - Outros casos: Se o laudo não for entregue diretamente à fonte pagadora, é necessário apresentar o documento ao órgão responsável pelos pagamentos para solicitar a isenção.
 
O que fazer em caso de indeferimento administrativo?
Se o pedido de isenção for negado administrativamente, é fundamental buscar a ajuda de um advogado especializado em Direito Tributário ou Direito Previdenciário.
O advogado poderá:
- Analisar o motivo do indeferimento: Verificar se há problemas no laudo médico ou na documentação apresentada.
 - Entrar com recurso administrativo: Caso a negativa seja passível de revisão na esfera administrativa.
 - Propor ação judicial: Se o direito for negado de forma injusta, o advogado poderá ingressar com uma ação judicial para garantir o reconhecimento da isenção.
 
Além disso, consultar um advogado antes de iniciar o processo pode ser determinante. Ele ajudará a analisar se a pessoa realmente cumpre os requisitos legais para a isenção e evitará erros que possam atrasar o benefício.
Quando a isenção começa?
A data de início da isenção depende da informação contida no laudo médico:
- Se a doença surgiu antes da aposentadoria: A isenção é válida a partir da data da aposentadoria.
 - Se a doença surgiu após a aposentadoria: A isenção é válida a partir da data do diagnóstico.
 - Sem data de início indicada no laudo: A isenção vale a partir da emissão do laudo médico.
 
Exemplo prático
Imagine que Maria, portadora de uma doença grave, recebe uma aposentadoria mensal de R$ 4.000. Se o laudo médico comprovar que sua condição foi diagnosticada há dois anos, ela poderá solicitar a restituição dos impostos pagos nesse período, além de obter a isenção para os rendimentos futuros.
Como declarar os valores isentos no Imposto de Renda?
Os rendimentos isentos devem ser informados na seção de rendimentos isentos e não tributáveis da declaração de imposto de renda. Se houver imposto retido na fonte indevidamente, o contribuinte pode pedir restituição ou retificar declarações de anos anteriores, se aplicável.
Fique atento: é possível que a Receita Federal solicite a apresentação do laudo médico e outros documentos para análise, especialmente em caso de malha fiscal.
Por que consultar um advogado é essencial?
A legislação tributária pode ser complexa e o processo de solicitação da isenção exige o cumprimento de requisitos específicos. Um advogado especializado é capaz de:
- Avaliar se o contribuinte realmente se enquadra nos critérios legais para a isenção.
 - Orientar sobre a documentação necessária e como apresentar o pedido.
 - Defender os direitos do contribuinte em caso de negativa administrativa ou judicial.
 
Contar com apoio jurídico qualificado pode fazer toda a diferença na obtenção do benefício.
Considerações finais
A isenção do Imposto de Renda para portadores de doenças graves é um direito que ajuda a aliviar os desafios financeiros enfrentados por quem está em tratamento. Buscar orientação profissional e contar com o suporte de um advogado especializado são passos fundamentais para assegurar esse direito.
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