Como conseguir DPVAT judicialmente: passo a passo para receber

Se você ou alguém da sua família sofreu um acidente de trânsito e não conseguiu receber o seguro DPVAT de forma administrativa, provavelmente já se perguntou: “Será que eu posso entrar na Justiça para receber esse valor?”.

A resposta é: sim, é possível. Porém, o caminho não é tão simples como muita gente imagina. É preciso entender quem tem direito, quais documentos apresentar, como funciona o processo judicial e o que os tribunais vêm decidindo sobre o assunto.

Portanto, neste artigo, vou te explicar de forma clara e prática como funciona o DPVAT judicialmente, o passo a passo para entrar com a ação, quais problemas podem aparecer e como resolvê-los. E, também vou responder perguntas comuns que vejo todos os dias em pesquisas do Google e nas redes sociais, como:

  • “Quem tem direito ao DPVAT?”
  • “Preciso de advogado para pedir o DPVAT na Justiça?”
  • “Quanto tempo demora para receber?”
  • “O DPVAT ainda existe em 2025?”

E, no fim, você vai entender por que consultar um advogado especializado pode ser o detalhe que faz toda a diferença.

O que é o DPVAT e para que serve?

O DPVAT é o Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre. Ele existe desde 1974, quando foi criada a Lei nº 6.194/1974, com a finalidade de indenizar vítimas de acidentes de trânsito, seja motorista, passageiro ou pedestre.

O que cobre o DPVAT?

Ele garante indenizações em três situações:

  1. Morte – aos herdeiros da vítima.
  2. Invalidez permanente, total ou parcial – à própria vítima.
  3. Despesas médicas e hospitalares – reembolso em caso de atendimento médico particular.

O que não cobre o DPVAT?

  • Danos materiais (como conserto de veículos).
  • Salários ou lucros cessantes.
  • Despesas estéticas ou psicológicas.

Em resumo: o DPVAT não é para consertar seu carro ou moto, mas sim para proteger a vida e a saúde das pessoas envolvidas em acidentes de trânsito.

A legislação do DPVAT – o que a lei diz

Vamos direto ao ponto:

Lei nº 6.194/1974

Ela traz as regras principais. Veja alguns artigos importantes:

Art. 2º:
“O seguro de que trata esta Lei compreende cobertura por morte, por invalidez permanente, total ou parcial, e por despesas de assistência médica e suplementares.”

Art. 3º:
“O pagamento da indenização será efetuado mediante simples prova do acidente e do dano decorrente, independentemente da existência de culpa, haja ou não veículo identificado e ainda que o acidente tenha sido causado por veículo estrangeiro.”

Traduzindo: não importa quem foi o culpado pelo acidente. Logo, basta provar que ele aconteceu e que houve dano.

Art. 5º:
“As indenizações por morte, invalidez permanente e despesas de assistência médica e suplementares serão pagas no prazo máximo de 30 dias, contados da apresentação da documentação necessária à sua comprovação.”

Na teoria, a seguradora deve pagar em até 30 dias após o envio dos documentos. Todavia, na prática, isso muitas vezes não acontece, e é aí que entra a Justiça.

O que mudou no DPVAT nos últimos anos?

Muita gente acha que o DPVAT foi extinto. Entretanto, na verdade, o que aconteceu foi uma série de mudanças:

  • 2021: a gestão do seguro passou da Seguradora Líder para a Caixa Econômica Federal.
  • 2021-2024: não houve cobrança de prêmio (taxa) dos proprietários de veículos, porque havia saldo acumulado no fundo.
  • 2025: o governo anunciou que o seguro será reformulado, mas ele ainda existe e continua sendo pago judicialmente quando a via administrativa falha.

Em resumo: o DPVAT não acabou, apenas mudou de formato.

Por que muitas pessoas não conseguem receber administrativamente?

Aqui começam os problemas reais.

Exemplo prático:

  • Ana sofreu um acidente de moto, ficou com sequelas permanentes na perna.
  • Ela reuniu documentos e pediu o DPVAT à Caixa.
  • Porém, pedido foi negado por falta de laudo médico completo.
  • E, mesmo apresentando novamente, o processo ficou parado por meses.

Infelizmente, esse é um cenário comum: negativa sem explicação, demora ou exigência de documentos quase impossíveis de conseguir.

Todavia, quando isso acontece, o caminho é acionar o Poder Judiciário.

Como conseguir o DPVAT judicialmente – passo a passo

Agora vamos ao que interessa: o caminho prático.

1. Reunir documentos básicos

Você vai precisar de:

  • Boletim de Ocorrência (B.O.) do acidente;
  • Documentos pessoais (RG, CPF, comprovante de residência);
  • Laudos médicos, atestados e exames;
  • Certidão de óbito (em caso de morte);
  • Procuração (se for com advogado).

2. Fazer um cálculo da indenização

  • Morte: até R$ 13.500,00.
  • Invalidez permanente: até R$ 13.500,00, variando conforme o grau da sequela.
  • Despesas médicas: até R$ 2.700,00 (reembolso).

3. Escolher a via judicial correta

  • Para valores de até 40 salários mínimos, é possível ir ao Juizado Especial Cível.
  • Acima disso, deve ser uma ação comum na Vara Cível.

4. Entrar com a ação

Aqui é onde o advogado vai redigir a petição inicial, relatando o acidente, anexando documentos e pedindo a indenização.

5. Aguardar a decisão

Na maioria dos casos, o juiz manda citar a seguradora (ou a Caixa, quando for gestora), que pode contestar. Assim, o juiz analisa os documentos e dá a sentença.

Problemas comuns enfrentados no DPVAT judicial

Falta de documentos

Muita gente entra com ação sem laudo médico ou com documentos incompletos. Todavia, isso atrasa ou inviabiliza o processo.

Exigência de perícia

Alguns juízes exigem perícia médica judicial para confirmar a invalidez. Portanto, isso pode demorar, mas aumenta a chance de sucesso.

Prescrição

O prazo para entrar com ação é de 3 anos contados da data do acidente (art. 206, §3º, IX, do Código Civil).

Art. 206, §3º, IX, Código Civil:
“Prescreve em três anos a pretensão do beneficiário contra o segurador, contado o prazo do conhecimento do fato gerador do direito.”

Porém se passar desse prazo, você perde o direito.

Perguntas frequentes sobre o DPVAT (FAQ)

O DPVAT ainda existe em 2025?
Sim, continua existindo. Contudo, o que mudou foi a forma de gestão e cobrança.

Preciso de advogado para pedir o DPVAT na Justiça?
Sim, exceto em causas de até 20 salários mínimos no Juizado Especial, em que você pode entrar sozinho. Entretanto, a ajuda de advogado aumenta muito as chances de sucesso.

Quanto tempo demora para receber o DPVAT judicial?
Depende da vara, mas em média pode levar de 6 meses a 2 anos.

Posso acumular DPVAT com outras indenizações?
Sim. Pois, o DPVAT não exclui a possibilidade de pedir indenização contra o causador do acidente.

O valor do DPVAT é fixo?
Não. Ele varia conforme a situação: morte, invalidez parcial ou despesas médicas.

Exemplos práticos de como o DPVAT judicial pode mudar vidas

  • Exemplo 1: João, motoboy, sofreu acidente e perdeu parcialmente o movimento do braço. Administrativamente, teve o pedido negado. Judicialmente, recebeu R$ 9.000,00.
  • Exemplo 2: Dona Maria perdeu o filho em acidente de trânsito. Sem condições de pagar advogados caros, entrou pelo Juizado Especial e recebeu R$ 13.500,00 de indenização por morte.
  • Exemplo 3: Pedro gastou R$ 1.800,00 em hospital particular. Só conseguiu reembolso depois de ação judicial.

Importância de consultar advogado especializado

Entrar sozinho na Justiça pode até ser possível em alguns casos, mas o risco de erro é grande.

Um advogado especializado em DPVAT pode:

  • Identificar exatamente qual valor você tem direito;
  • Ajudar a reunir a documentação correta;
  • Acompanhar prazos e evitar prescrição;
  • Argumentar melhor em casos de invalidez parcial (que exigem cálculo de grau de lesão).

Em resumo: um advogado aumenta muito suas chances de receber o que é devido, no menor tempo possível.

O DPVAT continua sendo um direito fundamental das vítimas de acidente de trânsito, mesmo que muitas pessoas acreditem no contrário. Quando o pedido administrativo falha — seja por demora, exigência absurda ou negativa injusta —, a Justiça se torna o caminho.

O importante é seguir o passo a passo: reunir documentos, calcular valores, respeitar prazos e, de preferência, buscar orientação de um advogado. Assim, você evita frustrações e aumenta suas chances de sucesso.Se você está passando por essa situação, não desanime: o DPVAT pode, sim, ser recebido judicialmente, e pode fazer toda a diferença no seu tratamento, na sua vida financeira e no apoio à sua família.

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